No voo deste olhar que me atravessa,
E mira no horizonte azul de mar,
Recolho-me na mística promessa
De nunca, além de em sonho, te buscar.
Mas como resolver tamanha pressa
E nunca te sentir as alfazemas,
Se nada há neste mundo que me impeça
De amar de corpo inteiro e olhar apenas?
Agora, invento um beijo feito um laço
De olhares que se cruzam pelo espaço
Que existe enquanto o sonho nos levar.
Por isso, mergulhei neste oceano:
Dois brilhos que me arrastam para o insano
Momento em que me afogue em teu olhar.
7 comentários:
Duas coisas :
-o título ficou perfeito! Perfeito mesmo! Casou super bem com o soneto. Sei que vc gosta da linha filosófica, mas o soneto ficou perfeito... lírico e onírico.
- E essa imagem do Vermeer é ótima pq representa a perfeita imagem da boca que se deseja, dos olhos que se querem, do desejo que não se realiza.
Parabéns, caro poeta!
Escandalosamente lindo!!!!!
Não preciso falar do seu lirismo, é evidente, mas posso lhe dizer semanticamente que o barroco chegou aí suavemente, mas chegou. Chegou no poema com a inalcansabilidade que têm o ser amado, mesmo sob o ponto de vista erótico e nada religioso.
Muito bom!!! Parabéns!
Beijos,
Maria Maria
Quanto mais vivo percebo que o melhor é se perder, seja onde for
Ah, se perder em um olhar é a coisa mais incrível. Ali, tem tanta resposta!
Belo, até demais, amigo, para cá:)) Entende, sei que sim (publica na medida, quando lhe apetece e você pode, sentido amplo, de *poder*, sem tirania).
O quanto dizem os versos me ultrapassam, como a qualquer ser humano poético, talvez até ao Poeta em si.
O quanto diz a imagem, diz a quem a escolhe. A quem a lê pode dizer muito ou pouco.
Eis a beleza.
Também eu estou lá no eu e daí até quando der pra mim. É recente. Os outros re.atualizo, quando posso.
Beijos a todos e força aí.
Renata
Sorria, tenho saudades:))
Que poema mais lindo!
Lindo, muito lindo. Moro em uma Chácara que é um verdadeiro poema. Gosto da tua palavra,que brota como os junquilhos que se espalham em meu jardim .Parabéns.
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