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VENTANIA



Um vento se levanta num suspiro
Que longe alguém derrama pelo espaço
E acorda inconsciente como um giro,
Crescendo em lenta dança sem compasso.

Descreve seu trajeto e torce o mato;
Levanta o chão da estrada e faz poeira.
É luz que espalha espaço num hiato
Que rasga em dois o som da ribanceira.

Por fim, quando retorna enfraquecido,
Saído de uma luta sem sentido,
Perdido em mil suspiros não reclama.

São marcas do mistério que o permeia:
O vento que não volta é o que semeia
A vida nos pulmões de quem não ama.

Unknown

5 comentários:

Vampira Dea disse...

E no de quem ama também.Lindo!

Anônimo disse...

Como é agradável viajar pelos pequeninos universos e encontrar surpresas tão doces e milagrosas...

Linda!

Um beijo.

LucianaArruda disse...

'o vento é o que semeia..a vida nos pulmões'... lindo!
cada vez melhor passar por aqui!

Anônimo disse...

Tudo tão belo! E amar é mesmo brincadeira que machuca. Dessas que faz cair, sangrar, machucar, adoecer ... E adorei a história da rapadura. Porque acho que eu também, às vezes, sou isso. Certas vezes mais doce, outras dura demais ... Beijos e volto!!!

Anônimo disse...

Altamente produtivo, esse é o Emerson de que mais gosto.

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