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MICRÓBIO (de 1993)



Estou na imagem vaga de um caminho,
O brilho fugidio da semente.
Sou pássaro esquecido do seu ninho
Que culpa-se voando eternamente.

Estou no espelho estúpido quebrado;

Moído, após enganos e ilusões.
Com ele estão meu corpo e meu passado:
Cobertos de loucuras e visões.

E assim, não tenho nada e nem queria;

Nem divas, nem a lua que cobria
Em sonho a minha vida e se perdeu:

Apenas quero estar no cemitério.

Por fim, eternamente homem sério,
Na orgia dos micróbios como eu.

Unknown

2 comentários:

Teia de Textos disse...

Que coisa mais Augusto dos Anjos! hahahaha
Ah! Não é pra rir, claro! Mas, eu acho que esse é um soneto muito, muito interessante!
Beijo, querido micróbio safado (nem depois de morto vc vai ser sério desse jeito! Já tá pensando na orgia dos micróbios!)

Anônimo disse...

Que coisa mais Augusto dos Anjos! II


Perfeito...

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